Aluguel de galpões logísticos sobe com escassez de espaços

By Yury Pavlov 4 Min Read

O setor de locação de centros de distribuição vive um dos momentos mais aquecidos das últimas décadas. Com a retomada econômica e a consolidação do comércio eletrônico, empresas de diversos segmentos intensificaram a busca por áreas estratégicas que facilitem a logística e encurtem o tempo de entrega. Como reflexo direto desse movimento, a taxa de espaços disponíveis atingiu níveis historicamente baixos em 2025, revelando um desequilíbrio entre a procura acelerada e a oferta ainda limitada de imóveis prontos para ocupação imediata.

Esse novo panorama traz desafios importantes para companhias que dependem de operações logísticas ágeis. A disputa por unidades bem localizadas, próximas a grandes centros urbanos e rodovias, elevou significativamente os valores de contratos e encurtou o tempo médio de decisão por parte dos locatários. Em um cenário onde cada hora conta, empresas buscam fechar negócios rapidamente para garantir competitividade e presença de mercado, o que impulsiona ainda mais o aumento no valor dos aluguéis.

Especialistas do setor apontam que o crescimento exponencial da movimentação digital, impulsionado por marketplaces e grandes redes de varejo, exige uma estrutura física robusta para sustentação da cadeia de abastecimento. Essa exigência fez com que imóveis voltados ao armazenamento e distribuição se tornassem ativos estratégicos, despertando o interesse também de investidores que veem nesses empreendimentos uma excelente oportunidade de retorno, especialmente diante da escassez observada em grandes polos logísticos.

Ao mesmo tempo, o ritmo de novas construções ainda não acompanha a urgência do mercado. Processos de licenciamento, altos custos de materiais e mão de obra qualificada dificultam a ampliação rápida da oferta. Muitos projetos sequer saem do papel devido a entraves burocráticos ou falta de infraestrutura básica em regiões com potencial logístico. Esse cenário pressiona ainda mais os preços e torna cada metro quadrado um bem disputado.

Regiões metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte lideram a queda na disponibilidade de galpões, registrando os menores índices de vacância dos últimos tempos. A preferência por áreas com fácil acesso a rodovias e aeroportos é um dos principais critérios para a escolha desses espaços, o que gera uma supervalorização de certos corredores logísticos e empurra empreendimentos para zonas cada vez mais afastadas dos grandes centros.

Empresas de médio porte e startups, que antes conseguiam se beneficiar de preços mais acessíveis, hoje enfrentam dificuldades para encontrar alternativas viáveis. Isso pode resultar em mudanças no planejamento logístico, com impacto direto nos custos operacionais e, por consequência, no preço final ao consumidor. A adaptação a esse novo contexto exige criatividade, investimentos em tecnologia e, muitas vezes, parcerias estratégicas para compartilhamento de estruturas.

Apesar das dificuldades, o momento atual é visto como promissor por desenvolvedores e incorporadoras. O aquecimento contínuo da demanda sinaliza oportunidades sólidas de expansão, principalmente para quem conseguir entregar soluções rápidas e flexíveis ao mercado. As empresas que investem em empreendimentos modernos, sustentáveis e com capacidade de personalização tendem a se destacar e fidelizar locatários de longo prazo.

Diante dessa conjuntura, o futuro do setor se mostra dinâmico e repleto de possibilidades. A tendência é que os valores continuem subindo enquanto a oferta seguir limitada, e quem se antecipar na ocupação de áreas-chave terá uma vantagem competitiva relevante. O papel dos centros de distribuição como peça central da cadeia de valor ganha força, consolidando-os como protagonistas da nova economia logística brasileira.

Autor :Yury Pavlov

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